Já está virando barbada. Em seis corridas neste ano, quatro poles da Mercedes. Três delas de Nico Rosberg. A equipe alemã é realmente a grande leoa dos treinos classificatórios. Só que neste fim de semana, esse potencial poderá se tornar realidade na corrida. Nas estreitas ruas de Mônaco, largar na frente é essencial. Além disso, o circuito do principado exige pouco dos pneus – ponto fraco do time prateado – por causa da menor velocidade média e do asfalto pouco abrasivo. Talvez seja a pista perfeita para uma vitória da Mercedes neste ano. Rosberg marcou 1m13s876, 91 milésimos à frente do companheiro Lewis Hamilton.
Alguns dados interessantes para a corrida deste domingo: foi a primeira pole da Mercedes em Mônaco desde 1955, quando o argentino Juan Manuel Fangio saiu na frente no principado. Além da efeméride, Rosberg tem alguns motivos para ficar animado para a prova: nos últimos nove anos, o pole venceu oito vezes no principado. E desde 1950 (59 GPs), o vencedor do GP mais charmoso do campeonato saiu apenas dez vezes de uma posição pior que o terceiro lugar do grid. Os números reforçam a tese de que a pole é meio caminho andado para a vitória em Monte Carlo. E a Mercedes está perto de quebrar o jejum de vitórias.
Quem também andou bem neste sábado foi a RBR. Sebastian Vettel ficou em terceiro, apenas 104 milésimos atrás de Rosberg, e Mark Webber foi o quarto colocado. A equipe austríaca pinta como a principal adversária da Mercedes neste domingo. Entretanto, para essa ameaça se concretizar, ela precisará de uma tática diferenciada. Ou então que Rosberg e Hamilton larguem mal. Se a dupla da equipe prateada se mantiver na ponta, mesmo com um ritmo de corrida pior, será complicado ganhar posições na pista. Mesmo com a asa móvel (DRS), as ultrapassagens em Mônaco normalmente acontecem apenas quando o piloto da frente erra.
Em meio à polêmica sobre a homenagem a James Hunt no capacete (clique aqui e leia mais), Kimi Raikkonen marcou o quinto tempo no treino. Entretanto, com o baixo desgaste dos pneus em Mônaco, a Lotus perde sua principal vantagem. Ainda assim, o finlandês pode se dar bem na corrida. Se ele conseguir ficar mais tempo na pista com os supermacios na primeira parte da prova e fazer apenas um pit stop, será um forte candidato à vitória. Já o francês Romain Grosjean, seu companheiro, terá a vida mais complicada: larga apenas em 13º após bater três vezes neste fim de semana no principado. Já dá até para pedir música no Fantástico…
E a Ferrari? Tida como uma das favoritas em Mônaco, não teve um bom sábado. Os problemas começaram pela manhã, quando Felipe Massa bateu muito forte na freada para a Sainte Devote, a primeira curva do circuito. Tanto a equipe quanto o piloto descartaram uma falha mecânica no carro: a culpa do acidente foi de uma forte ondulação no ponto em que o brasileiro freou. As duas rodas dianteiras travaram e ele perdeu o controle de seu F138. Apesar do trabalho incessante dos mecânicos, Massa não conseguiu participar da classificação e sai em último neste domingo – ou do grid ou dos boxes, a Ferrari ainda não decidiu. Já seria uma corrida bastante complicada. E nas estreitas ruas de Mônaco, a dificuldade aumenta exponencialmente.
Fernando Alonso, por sua vez, teve de se contentar apenas com a sexta posição no grid, quase um segundo mais lento que Rosberg – exatamente 948 milésimos. O próprio espanhol admitiu que lutar pela vitória será uma tarefa bem improvável neste domingo. Diria eu que um pódio já seria motivo de festa para o bicampeão da Ferrari. Chegar na frente de Vettel (líder) e Raikkonen (vice-líder), que estão na sua frente na briga pelo título, mais ainda. A equipe italiana, aliás, tem até os números contra ela: os carros vermelhos não vencem em Mônaco desde 2001. Ou seja: há 11 GPs. Após esse treino, parece que a Ferrari continuará neste jejum.
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